Wednesday, May 24, 2006

Notícia do "Público":
Presidente da Comissão Eleitoral da UM
abandona o cargo

por Abel Coentrão

Leandro Almeida foi afastado por ser candidato numa das listas em contenda para a reitoria
O presidente e um dos secretários da comissão eleitoral da Universidade do Minho (UM) abandonaram ontem os respectivos cargos, após um parecer da assessoria jurídica da UM. Em causa estava o facto de o presidente da referida comissão, o presidente do Instituto de Educação e Psicologia, Leandro Almeida, ser simultaneamente candidato na lista de Guimarães Rodrigues, o actual reitor, que se recandidata a um segundo mandato nas eleições marcadas para 31 de Maio. Já Roque Teixeira, presidente da Associação de Académica da UM, viu-se impedido de manter o lugar de secretário deste órgão de controlo do processo eleitoral por ser subscritor da mesma candidatura.
O incidente foi promovido por Manuel Pinto, mandatário e representante na comissão eleitoral da outra lista às eleições, liderada pelo presidente do Instituto de Ciências Sociais, Moisés Martins. Esta candidatura não punha em causa a "probidade pessoal de cada uma das pessoas em causa", mas alegava que não pareceria "ética nem juridicamente aceitável" que ambos integrassem um órgão que deve acompanhar o acto eleitoral com "equidistância e imparcialidade".
Segundo Manuel Pinto, a assessoria jurídica considerou que, quer o docente, quer o líder dos estudantes, deveriam ter-se auto-suspendido do cargo quando tomaram partido por uma das candidaturas. E o mandatário e representante de Guimarães Rodrigues na comissão eleitoral, Pedro Bacelar Vasconcelos, explicou ao PÚBLICO que, tal como os restantes elementos da comissão, acatou o parecer, para garantir a continuidade do processo eleitoral. Assim, já sem a presença dos dois elementos afastados, os restantes elegeram Henrique Barreto Nunes, director da Biblioteca Pública de Braga e até aqui secretário da comissão eleitoral, para a presidência deste órgão.
O PÚBLICO tentou, sem sucesso, contactar ontem Leandro Almeida. Já Roque Teixeira afirmou ter acatado a decisão, embora discorde dos seus fundamentos. O estudante lembra que outros antecessores seus na Associação Académica participaram na comissão eleitoral tomando partido por um candidato e argumenta que foi como aluno, e não como líder estudantil, que subscreveu a recandidatura de Rodrigues.
(in PÚBLICO, 24.5.2006)